quinta-feira, 7 de março de 2013

Paciente espera 17 horas para ser medicada em UPH de Sorocaba





Laura Helena Ribeiro dos Santos teve de esperar quase 17 horas para ser atendida nesta quinta-feira na Unidade Pré-Hospitalar da Zona Oeste em Sorocaba. Com um quadro de dores renais e pressão arterial alta, a paciente procurou o serviço médico e chegando na unidade pré hospitalar por volta de 1h46, como mostra a anotação feita no prontuário que seu marido, Paulo Sergio Oliveira Proença, exibia para comprovar o fato. Ela foi atendida, realizou exames clínicos de sangue e de urina. Os resultados serviriam para orientar o procedimento médico que a clínica geral de plantão deveria adotar.

O problema foi que, em razão do acúmulo existente no laboratório que presta serviços à Prefeitura por conta dos casos de dengue na cidade, a paciente só pôde ser medicada no final tarde. Até que os exames retornassem à unidade se passaram quase 17 horas. Durante esse tempo, Laura Helena teve de ficar sentada e sua única alimentação foi um salgado de padaria. Indignado, o marido Paulo Sergio disse que iria registrar um boletim de ocorrência na polícia por negligência no atendimento.

"É demais passar por tudo isso. Quanta humilhação. A gente merece respeito. Não dá mais para aguentar tanta coisa errada. Que raio de compromisso com a saúde é esse que faz a gente esperar todo esse tempo para ter direito ao atendimento? Minha mulher podia ter morrido, e ninguém fez nada. Cansei de pedir, reclamar e só ouvi que o jeito era ficar aqui aguardando. Não tiveram ao menos a decência de dar satisfação, de pedir desculpas. Esse é o governo que a gente tem", desabafou. O caso de Laura foi um entre muitos que movimentaram a UPH da zona Oeste nesta quinta-feira. Reclamações sobre a demora no atendimento, falta de médicos, foram as mais frequentes feitas por pessoas que estavam no local. Uma paciente ficou alterada e precisou da intervenção da Guarda Municipal. Os ânimos foram logo controlados.

Denilson Bittencourt, outro paciente, esperava atendimento desde as 13h30. "Estou cansado, passando mal e não há meio de ser atendido. Demorei duas horas para para passar pelo tal pré-atendimento. Eles tiram a pressão, medem a glicemia e mandam voltar aqui. Até agora, nada". Diego Felipe Lima era outro inconformado. "Nunca pensei que fosse testemunhar tanto descaso. O que falta acontecer para eles darem um jeito nisso? Morrer gente? Estou aqui há quatro horas, e não sou atendido".

Cilene de Oliveira Pinheiro disse que chegou na unidade às 11hs. "Disseram que não tem médico e que eu tenho de me conformar. Se quiser, é assim; se não, que vá para outro lugar, disse a atendente. É muito sofrimento para o pobre". Procurado para dar explicações, o secretário de Saúde de Sorocaba, Armando Raggio alegou que quatro médicos, além de pediatras, trabalhavam na UPH Zona Oeste na tarde desta quinta-feira. O atendimento leva em conta a classificação de risco em relação aos problemas de saúde dos pacientes. Perto das 18hs, ele disse que a maior espera naquele momento era uma ficha com horário das 15h15. A demora ocorre porque do laboratório Siaclin na retaguarda do atendimento, o material colhido para exames é levado à UPH da Zona Norte e, entre ida e retorno, isso acaba em demora.


Opinião


Outro dia, um pai se mostrava indignado quando sua esposa viu um inseto dentro de um tubo respiratório utilizado pela sua filha, internada e que sofre se atrofia muscular e precisa do aparelho para sobreviver. Por pouco o inseto não vai parar dentro dos pulmões da criança e o hospital julgou o caso como "pontual". Agora pacientes precisam estar morrendo, literalmente se quiserem ter atendimento médico na hora. Sorocaba herdou o caos na saúde da administração passada e com mais menos três meses de administração, o atual prefeito Antonio Pannunzio parece nada fazer para mudar.


A Santa Casa superlotada e sucateada, UPH's que demoram horas para atender um paciente que se está lá é porque precisa de atendimento e não possui plano de saúde, um surto de dengue que assola a cidade, serviço de coleta de lixo paralisado, o gera também um problema de saúde pública, transporte deficitário em alguns momentos e a perspectiva de melhora está longe se ter nesse momento. Foi pra isso que o senhor Pannunzio foi eleito?

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